Felicidade!
Quando esta foto foi tirada estava super feliz.
Corria alegremente, com uma pseudo varinha-mágica na mão (se é que existe), em direção ao Carlos que estava encostado ao Sinca 1100 (um carro amarelo fantástico).
Estávamos na reta final do século XX onde, parece a gora, "tudo aconteceu".
Cresci a ver fazer e a escutar rádio e vivi durante muito tempo numa "bolha radiofónica". Não me arrependo.
Lembro-me da primeira vez que entrei num estúdio de rádio. O silêncio, os fhones enormes, os discos de vinil e os registos em fita magnétca que passavam da reggie para o rádio. A a pré-escuta, o cheiro de tudo, o barulho do telex ligado à LUSA - que só um ouvido treinado ouvia ao longe, ainda antes de entrar nas instalações - , as vozes a preparar a leitura dos textos, o decidir o que se devia cortar para "poupar tempo" e o que devia ficar porque fazia mesmo falta, a escolha da seleção musical, o momento em que se abria o microfone.
A primeira vez que fiquei sózinha em estúdio nunca vou esquecer. Os adultos e mais experientes foram para o exterior acompanhar a festa da rádio (RDP Sul), por dez minutos, e deixaram-me em estúdio, com 2 discos a seguir as instruções do técnico de som que me chegavam pelo intercomunicador. O Marco Paulo cantou nessa festa e eu tinha 10 anos. Não fiz mais do que por o disco a tocar e baixar o potenciómetro quando o técnico dizia. Mas foi muito bom para uma primeira vez.
Quando dei por mim já tinha o meu espaço em rádio. Tive o previlégio de conhecer e trabalhar com excelentes profissionais, conhecer pessoas fantásticas e sobretudo, fazer o que gostava.
Agora que não estou em rádio há algum tempo estou em pulgas para, em conjunto com o meu fantástico técnico de som, companheiro de sempre, montar o estúdio e poder tornar audíveis (nem que seja só para nós) todos os projetos que temos em papel. Há imensa criatividade à solta aqui em casa, e eu tenho saudades da minha "bolha".
Até!